Memórias de Cachoeira
Para quem já entrevistou ou mesmo conversou informalmente
com Dona Dalva, certamente já escutou da sambadeira diversas histórias
inclusive da época em que era charuteira na Suerdieck, local onde formou seu
samba de roda. Pois bem, um de seus sambas, o "Jiló" foi criado em um
momento de trabalho quando Dona Eulina (mãe de Marcelino da Casa Paulo Dias
Adorno) dividiu com suas amigas de trabalho um jiló. D. Dalva não queria, pois
estava preocupada que não tinha "de comer" em casa para os filhos e
completou:
-"Dona Eulina, de amargura já basta a vida".
A amiga Eulina insistiu e então aceitou cantando:
Acervo Dalva Damiana de Freitas |
-Venha cá como quiser ô jiló
jiló ô jiló, como quiser venha cá
eu plantei jiló não pegou
a chuva caiu rebentou
cortei miudinho
botei na panela
pensei que é jiló
não é jiló
é berinjela"
A outra amiga que está de vestido branco é Dona Júlia. Era
bordadeira/modista e fazia caixas de toalhas, camisas e diversas peças em
bordado. Vendia cocadas na porta da Suerdieck e disponibilizava sua casa para
que as charuteiras que moravam longe pudessem almoçar.
Este encontro foi no aniversário de 99 anos de D. Eulina, em
07/07/2013, onde a senhora cantava Minha Santa Bárbara...
Salve salve nossos patrimônios.
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